quinta-feira, 6 de novembro de 2008

De onde viemos? Para onde vamos?


De onde viemos? Para onde vamos? Estas perguntas assolam a humanidade desde sua criação, tentando dar um sentido para a sua própria existência e um prognóstico daquilo que deve acontecer.

Curiosamente, essas são as melhores perguntas a serem feitas antes de se pensar em traçar uma estratégia de Marketing.

Como saber o que vender, e para qual público vender, se não somos fluentes no histórico do mercado e hábitos de consumo? Mais ainda, como fazer um plano, se não conseguimos nem imaginar o futuro?

Bem, para que uma boa estratégia seja formada com base nisso, precisamos estudar e conhecer quem é, o que pensa, e como realmente age o consumidor da "região-alvo" do plano.
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Ressalto a importância da consciência de diferenciação entre "pensar" e "agir". A maioria das pesquisas aponta com mais precisão o "pensar" dos consumidores, quando na realidade precisamos também verificar o "agir". Muitas vezes um é diferente do outro.
O discurso mais exaltado que eu já presenciei sobre as supostas propriedades maléficas da Coca-Cola, foi feito enquanto o próprio reclamante consumia sozinho uma garrafa de 600ml do produto objeto de sua profunda ira.
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Vejamos então como exemplo o mercado de bebidas energéticas, o qual tenho tido contato direto nos últimos anos:

- De onde veio, e onde está hoje?

O Mercado: Ainda novo, com consolidação apenas em meados dos anos 90, tendo sido inicialmente explorado em alguns países da Europa e nos EUA. No Brasil cresce a uma média de 30% ao ano e tem suas vendas concentradas em sua maioria no mercado da noite, em lojas de conveniência, bares e casas noturnas, quase sempre misturado à bebidas alcoólicas.

O Consumidor: Vê a bebida energética ainda como algo diferente, a pequena lata slim de 250ml como simbolo de status, combustível das noites, companheiro inseparável de um whisky e de uma vodka. Essas características fazem com que a maioria dos consumidores comprem a bebida sem se importar diretamente com a sua qualidade e sabor, adquirindo-a de acordo com o preço que podem - ou querem - pagar (e há marcas para todos os bolsos). Sabedores dessa despreocupação do consumidor com a qualidade das bebidas energéticas, donos de casas noturnas, fecham contratos anuais de muitos milhares de Reais, com as indústrias do setor, oferecendo a exclusividade em suas casas, com a certeza de que 99% dos freqüentadores de seus estabelecimentos comprarão a marca sem maiores perguntas.

- Para onde vai?

A curto prazo, vai seguir exatamente igual, principalmente pela falta de comprometimento das marcas com a expansão programada do setor, acomodando-se ao ritmo de crescimento hoje apresentado, que, embora acelerado, é muito menor do que poderia ser em caso de estratégias de marketing mais consistentes.

A médio prazo, caso as empresas comecem a trabalhar seguindo as tendências mundiais de mercado, mostrando à população o Energy Drink cada vez mais como uma bebida funcional, e não apenas um aditivo ao álcool, e integrando suas ações de marketing a um projeto de expansão do setor, os hábitos de consumo poderão começar a mudar, fazendo com que o consumidor passe a ficar mais atento ao quesito "qualidade".

A longo prazo, a qualidade dos produtos vai ser mais importante que o próprio fator "Marca". Caso uma marca forte, com produto de qualidade inferior ou que contrarie a certos hábitos saudáveis, não venha a rever seus conceitos, perderá mercado e fatalmente fracassará.

Pode-se ver então por essa rápida análise, que a partir do estudo do cenário passado e atual, temos base para comparar com as tendências mundiais vindas de mercados mais maduros, e assim passar a raciocinar como poderá vir a ser o futuro de nossos produtos.

O ponto fundamental disto tudo é que o instrumento de mudança chama-se "Marketing". Estudo, análise, planejamento, estratégia, ação. São os profissionais de marketing que darão velocidade ao mercado, que farão acelerar o amadurecimento do consumidor, informando-o, instigando-o.

Cabe às empresas e seus respectivos departamentos de marketing criarem suas fórmulas de abordar o presente para criar o futuro.

O mercado está aberto, esperando por você profissional de marketing, fazer a diferença pela sua empresa. Os dados estão aí, as possibilidades também, basta pensar, planejar e agir.

Quem agirá primeiro?